Dramas de um fim de tarde

Apenas uma dose de whisky e um cigarro
Me separam da realidade
Desfaz a rotina
Esquece a cidade...

O copo me beija e o cigarro me cala os labios
Para que eu nada precise falar
E logo uma velha música preenche o silêncio
E segue e a vida dentro do bar

Almas cansadas e cabeças cheias de sonhos feridos
Que aos poucos vão só virando conversa de bar
O sol já se escondeu
As pessoas começam a chegar

E logo o lugar bucólico mostra seu ar de riso
As portas se abrem
A música aumenta
Chegam clientes antigos

São casais, colegas de trabalho
Grupos de amigos
Que aos poucos ocupam as mesas do bar
A música e a conversa começam a se misturar

Já não está mais ao meu gosto, eu decreto minha hora
Pago o que devo e sigo meu caminho
Levando a sério o verso que diz
Que só os verdadeiros infelizes são felizes sozinhos.

Crônica das 4 da manhã

Era somente um bar,

Uma boca

E um copo.

Tudo que sobrava na quarta grave badalada do relógio que ficava escondido no canto da parede, como se não quisesse se mostrar as pessoas que frequentavam o velho bar e lembrar-lhes das suas responsabilidades que viriam logo mais, junto com a luz do dia. O ambiente não mostrava nada além do que habitualmente era encontrado em um lugar daquele tipo. Copos cheios, pessoas matraqueando umas com as outras, garçons andando de um lado para outro mantendo as pessoas ocupadas e satisfeitas e um cheiro de óleo velho fritando qualquer coisa que fosse. Era um ambiente comum, com pessoas comuns, com conversas comuns.

Era só uma boca,

E um copo.

Cada gole gelado que descia pela garganta levava o pouco que sobrava de tristeza e preocupação embora, junto com o pouco dinheiro que ainda restava. E esse sim diria a hora que se deve partir, não o velho e ignorado relógio da parede. O garçom era impassível quando faltavam apenas alguns trocados, e não haveria argumento que vencessem suas regras. As pessoas saiam sorridentes em grupos, casais se aninhavam uns nos outros trocando carícias enquanto iam até a porta, amigos repetiam trechos de musicas que eram, ou foram, sucesso e que tocaram na radiola do bar. Todos voltavam a uma vida que tinha fugido horas antes, fugido de seus terrores, obrigações, causas, responsabilidades, famílias. Cada coisa que havia ficado para traz esperava por seus donos na porta, logo após o pagamento da conta. Os demônios esperavam pelas mentes que viriam descansadas e prontas para enfrenta-los. E como em uma dança de salão, uma valsa, sincronizada inconscientemente por todos os presentes eles saiam em ordem, um a um, ordenados apenas pela sequencia dos papeis que lhes eram entregues e lhe levavam ao balcão. Um novo mundo lhes aguardava, e lá, todas as coisas em comum que haviam dividido desapareciam e lá, eles se tornariam cães territorialistas e sem coração, lutando em um mundo cruel, de forma cruel, contra inimigos cruéis. Tudo era justificado como sobrevivência além daquelas paredes.

Era só uma boca.

E nela se perderam beijos.

E nela se acabaram cigarros.

E nela se teceram mentiras.

E nela se formaram promessas

E nela se afogaram bebidas

E nela se cantaram tantos refrãos quanto a radiola de moedas sabia cantar

Era só uma boca, que ia a um copo, em um bar, as quatro da manhã.

E no fim das contas o mundo também me chamaria de volta as garras cruéis da realidade, e tudo que viria com ela, destruindo toda a fantasia que eu tentava todas as noites recriar, na esperança de que o relógio jamais batesse as quatro e um.

Espero que tenhas gostado do que o vento me soprou

Dramas de um homem invisível

Eu vivo pelos cantos

De vielas, ruas, estradas

Eu ando como as sombras

Sem alertar qualquer um que por mim passa

Eu passo pelos outros

sem que minha presença seja notada

Observo tudo e todos

Vejo coisas criando e sendo criadas

Ando toda hora pelo mundo

Até pareço com um fantasma

Mais um fantasma já foi alguém

Eu ainda não sou nada.

Temo desaparecer sem que ninguém veja

Ou que nem notem minha chegada

Que ninguém saiba quem fui

ou que ninguém sinta saudade ou falta

Espero que tenhas gostado do que o vento me soprou ^^

Verso de três minutos

Eu te vejo a pouco tempo
A tanto tempo te queria
Te controlo com meus medos
Te prendo em fotografia

Tendo pouco tanto tempo
Te comento noite e dia
te converso, te desejo
presa em minha analogia

tranco, prendo, mordo, amarro
sano mal de cada dia
te catuco, te perturbo
pra não cair na calmaria

Entreolhares te rejeito
te procuro de outro jeito
que me lembre aquele dia
que te encha de agonia

te odeio,te mato, te amo
Confusão que não devia
planejo milhões de coisas
desisto logo em seguida

Contento contendo tanto
contanto contudo via
que quanto mais te observo
mais certo que te queria


Espero que tenhas gostado do que o vento me soprou ^^

Decodificando...

E como sempre, do "então" começou-se uma história
 Então a o vento levava a janela
 Então bagunçava cortina e flanela
 Então eu ainda me lembrava dela...

 E dos "Queria" se fez mais um desejo
 Queria não sentir tanto medo
 Queria olhar em seu olho
 Queria seu provar do seu beijo

 Então a necessidade do "Estar" ficava mais forte
 Estar contigo era tudo
 Estar contigo era o mundo
 Estar contigo era sorte

 Então vi que que "Contigo" era que eu me sentia completo
 Contigo eu me sinto melhor
 Contigo eu me sinto maior
 Contigo na minha canção, no meu verso

 E no fim, o "Para sempre" pareceu tão certo
 Para sempre o mesmo amigo
 Para sempre o mesmo namorado
 Para sempre te querendo, te amando, bem perto.

se encontrar a mensagem posta ai nos comentários =D

Espero que tenhas gostado do que o vento me soprou ^^

Um bilhete ao lado da cama

Venho por meio dessa declarar a ti todo meu bem querer
Todas as vontades presas no meu peito todo santo dia
todas as coisas que sinto e que fui levado a crer
dizer com todas as palavras que conheço: que amo você

Digo a ti que cada dia que eu respirar será seu
cada canto e cada verso será em tua homenagem
que cada terno momento será por mim lembrado
Que sempre farei de tudo pra estar do teu lado

Rezarei todas as noites pra ter você
pra acordar sorrindo quando te ver
te aninhar no peito pra você saber
como tudo para quando eu to com você

Te prometo os beijos mais longos
Nos momentos mais cômodos,até te surpreender
Me transformar em mil, resolvendo tudo
só pra conseguir mais um minuto com você.

Só serei teu, da tua vontade e desejo
só te peço em troca que me acordes com um beijo...



Espero que tenhas gostado do que o vento me soprou ^^

Relatos sobre a solidão moderna

Eu ja cansei de ser feliz

Cansei de ser sempre livre
Cansei de não ter ninguem me enchendo
Cansei de não ter obrigações frívolas

Cansei de não receber ligações de madrugada
Cansei de montar projetos sozinho
cansei de pensar num futuro onde
so divido apartamento com meu cachorro

Cansei de não ver chatos filmes romanticos
Cansei de não ficar com ciumes
Cansei de não ficar varios e varios
minutos no telefone pra ver quem desliga primeiro

Cansei de só comprar flores pra enterros
Cansei de sempre ficar procurando um sorriso
Cansei de não ter com que brigar
e voltar atras pedindo desculpas quase que no mesmo segundo

Eu sinceramente abdico de todos os bens que a
solidão moderna tem a me oferecer.

Eu quero mais mordidas inesperadas
Quero mais pedidos de "fica"
Quero mais ideias bobas pra passar o tempo
Quero mais passeios sem motivo.

Mais presentes sem data especial
Mais danças sem musicas
Mais linguagens e carinhas secretas
que só a gente entende.

Mais lágrimas pra limpar
Mais reclamações pelos defeitos aguentar
Mais uns "eu te amo também" para ouvir

Quero mais fugidas do trabalho
Mais medo de te deixar sozinha
quero mais coisas pra pensar do que
só essa minha vida

Quero mais tevês com edredon
mais chocolates pra dividir
Mais bobagens pra falar
que tenho certeza que você vai rir

Quero mais "namorando" em redes sociais
Quero mais noitadas só, você e ninguem mais
quero parecer mais sério, mais só na frente
dos teus pais

Quero mais,
acima de tudo mais,
mas só se for contigo.


Espero que tenhas gostado do que o vento me soprou ^^